7 de maio de 2009

Rafael Sicoli
Política
Na última quarta feira, a Câmara dos Deputados voltou a discutir o projeto de ‘’listas partidárias’’ para as eleições.
Para quem não sabe, cabe aqui uma breve explicação:
O sistema eleitoral usado no Brasil é conhecido como ‘’Lista Aberta’’, voto preferencial em um candidato onde assumem os mais votados por cada partido. A atual discussão da Câmara propõe a alteração do formato atual para a ‘’lista fechada’’, isto é, pelo projeto o eleitor é eximido do direito de escolher um candidato próprio, é preciso votar no partido (legenda).Nesse modelo, se a agremiação pré-determina 3 candidatos por exemplo, e após a eleição adquire o direito de somente 2 cadeiras, assumirão apenas os candidatos 1 e 2, visto que não existe ordem de candidato com maior número de votos, a apuração vale pelo partido.
Mauricio Rands, ex-líder do PT, se apresentou favorável ao sistema.’’Começou a se perceber que a crescente onda de irregularidades no parlamento tem a ver com o sistema eleitoral, cresceu a consciência de que esse modelo está esgotado’’.
Em tempos pré-eleitorais, é visível a vontade parlamentar de extinguir o livre arbítrio do cidadão que vota. Se compactuo com o candidato ‘’x’’, porque preciso votar automaticamente no’’y’’ e no’’z’’ simplesmente por fazer parte do mesmo partido? A resposta poderia ser lógica se ainda existisse a força ideológica de uma agremiação partidária, onde todos os candidatos seguissem a mesma linha de raciocínio.
A exemplo dos candidatos que se filiam em agremiações de pouca repercussão, são eleitos e logo depois mudam de lado, podemos concluir que não condiz com a realidade do Brasil um novo sistema de ‘’lista’’.
Imaginemos ainda, se a partir do próximo ano vigorasse o novo projeto.Qual seria a reação do eleitor que após votar na legenda(leia-se partido) visando um determinado candidato, descobre que elegeu também um ‘’mensaleiro’’? ou de repente e um ‘’anão do orçamento’’ ?
É visível que o sistema de ‘’lista fechada’’ não pode ser aderido pelo Brasil, a ‘’oligarquização’’ dos partidos e a submissão do eleitor será inevitável.
Diga não a tudo isso, acorde eleitor!

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