6 de abril de 2009

A crise no futebol do interior

Bruno Martins
Esportes

Assistindo ontem o Bate-Bola, da ESPN Brasil, tive a idéia de escrever esta coluna. O jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, comentava que há diferenças entre a classificação dos grandes do Rio e os de São Paulo para as semifinais. No Rio, há uma proteção da Federação, enquanto em São Paulo, há uma espécie de ciclo, uma revezamento entre os times que, neste campeonato, teve os quatro grandes classificados, após 9 anos. Neste momento ele comenta que os quatro grandes paulistas estão na próxima fase, independentemente do fato dos times do interior estarem falidos. Então tive o gancho para o meu texto neste espaço. A situação dos times do interior paulista.

É fato que os times do interior não impõem o mesmo respeito de antigamente, e estão muito aquém de sua história. O Guarani, de Campinas,é um ótimo exemplo. Time que já foi campeão brasileiro da primeira divisão em 78 e vice em 86, que teve em seu elenco jogadores como Careca, Neto, Amoroso e, inclusive, Telê Santana, vive a pior fase de sua história. Ontem, caiu novamente para a série A2 do campeonato paulista, a segunda queda desde 2006. Recentemente conseguiu voltar para a série B do campeonato brasileiro, após amargar dois anos na série C. O Guarani é apenas um exemplo. União Barbarense, Inter de Limeira, União São João, Juventus, Comercial, são outros exemplos. Times que já tiveram sua importância e revelaram grandes jogadores. Hoje, são apenas sombras do que já foram.

E por quais motivos estes times estão em crise? A falta de organização é um dos principais motivos. Times que não tem estabilidade financeira, atrasam salários e se afundam em dívidas. Com falta de dinheiro, não há como contratar e as promessas que aparecem das categorias de base são rapidamente vendidas para conseguir recursos financeiros. As cotas de patrocínio são nulas ou insignificantes. Lembrando que vivemos numa realidade em que as Federações e a CBF estão cada vez mais ricas, e os clubes cada vez mais pobres e com dificuldades.

Hoje em dia, apenas alguns clubes, que gerenciam o futebol como se fosse uma empresa, conseguem fazer boas campanhas, esporadicamente. Santo André e Barueri já trabalham dessa forma. Será esta a solução para os times do interior?

Um comentário:

  1. Muito legal Bruno.
    Parabéns pelo texto!

    Esta instabilidade também se deve ao monopólio que os times do estado de São Paulo impõem sobre o estado. Fato que gera o ciclo que você mencionou.

    Abraços,
    Antonio Marques

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