8 de abril de 2009

Poucos são concursados

Raquel Mozardo

Política

É lamentável ter que informar que enquanto nos estamos estudando e trabalhando duro para crescer na vida, ou pelo menos nos enganando achando que um dia iremos ter uma condição melhor, o nosso Brasil vai de mal a pior.

A Assembléia de São Paulo tem apenas um terço de funcionários concursados, ou seja, apenas 31,8% passaram por um critério de avaliação.

Além de toda essa palhaçada, não existe um controle de freqüência dos funcionários, a presença é registrada por meio de assinatura em uma lista, e como todos nos sabemos, a amizade é um sentimento muito presente nos órgãos públicos e por isso não há problema algum dos funcionários assinarem a lista de presença em nome de outra pessoa.

Mas esse problema não ocorre apenas na Assembléia de São Paulo, na Câmera só 3.600 funcionários participaram de concurso público enquanto 11.500 são nomeados livremente. No Senado, a situação está em equilíbrio, 3.035 não são concursados e 3.535 são aprovados em concursos.

Os salários dos funcionários variam de R$ 3,2 mil a R$ 8 mil, e se caso for detectado um bom desempenho, eles têm direito a ganhar mais R$ 2.800.

É obvio que estes funcionários não concursados só estão trabalhando porque receberam uma ajudinha de pessoas que trabalham no poder. E nos estamos aqui, trabalhando todo dia neste mundo competitivo e recebemos um balde de água fria ao saber que de nada isso adianta, não adianta estudar muito, não adianta fazer cursos e mais cursos, aqui no Brasil só muda de condição social aqueles que tiverem amigos ou parentes importantes no poder público. Por isso vamos todos para Brasília tentar fazer amizade com algum senador? Se eu soubesse disso antes, teria feito amizade com o Lula quando ele morava aqui em São Bernardo do Campo.

E o pior de tudo é que nos sabemos quem paga o alto salário dos funcionários públicos, nos somos responsáveis por enriquecer cada vez mais pessoas desonestas que deveriam estar lutando pelo povo brasileiro. Nos ainda temos que pagar por educação, saúde, lazer e diversas outras coisas que o governo deveria oferecer a nos.

É triste dizer que moramos em um país assim, um país injusto, com pessoas passando fome pelas ruas, doentes esperando por atendimento médico, enquanto os órgãos públicos se esbanjam com o nosso dinheiro. Dinheiro esse que deveria ser usado em obras, em um melhor atendimento em hospitais, em construções de escolas, enfim esse dinheiro existe e o Brasil tem condição de se tornar um país melhor, mas não com ladrões no governo que estão disfarçados de políticos.

Mas o que adianta estar aqui escrevendo nesta coluna sobre essa realidade brasileira, que todo brasileiro sabe que acontece, mas ninguém faz nada para mudar essa situação. Por muito menos a população de outros países se manifestariam, e nos estamos aqui parados vendo essa lamentável situação e o que a gente faz? A gente senta com os amigos para reclamar dos impostos e da situação ruim que a gente passa, mas ninguém fala “vamos fazer alguma coisa para mudar o Brasil?” Quando alguém decidir tomar alguma atitude contra os nossos políticos-ladrões (ou ladrões-politicos?) me chamem.

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