Paula caldeiram
Cultura
Cidadania com base na construção de um país mais justo e igualitário
Recentemente o Núcleo de Formação Cidadã da Universidade Metodista de São Paulo realizou, nos dias 05, 06 e 07 de maio, o 4º Encontro de Movimentos Populares e Cidadania: cultura, política e participação. A iniciativa de promover e difundir este tipo de encontro é sempre muito bem vinda e, além disso, constrói bases para uma sociedade mais preocupada com do que pensamos e fazemos.
Cidadania pressupõe algo construído coletivamente, é resultado de um processo de lutas sociais, um fenômeno com assensos e descensos. Mas já no Brasil estamos diante de uma cidadania edificada sobre o individualismo (faça você mesmo), e principalmente somos uma sociedade que não privilegia as ações coletivas. Grandes exemplos estão em 1822 no Movimento Cabanagem que foi a revolta na qual negros, índios e mestiços se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder no Pará, em 1874 a história da Revolta de Canudos e o líder Antônio Conselheiro no embate a situação social do sertão nordestino, os ataques do governo republicano e luta pelo trabalho no campo e também o Movimento Caifazes que organizavam fugas coletivas no final do século XIX, ou "roubavam os escravos de seus senhores" para enviá-los para a província do Ceará, que já decretara a igualdade racial.
Somos contraditórios, pois capitalistas, visamos à exploração seja natureza ou do ser humano e cidadania baseia-se na igualdade, justiça e radicalidade. Muito se escuta pelos cantos o chavão “Se cada um fizer a sua parte”, na verdade a responsabilidade, novamente, é coletiva.
Um exemplo claro foi o movimento das Diretas Já em 1884, onde foi denominado pela imprensa da época, o maior movimento em comemoração ao aniversário de São Paulo. Isso é mentira, pois eles reivindicação a transição do Regime Militar de 1964 (período anti cidadania) para uma ordem democrática.
A criação de um espaço brasileiro criou e perpetuou uma profunda desigualdade e foi orientada para privilegiar os interesses corporativos em detrimento das populações, trata-se de um processo de urbanização inteiramente orientado. Refletindo, cidadania é um processo constante e para isso é necessário o uso de mecanismos públicos e de tomarmos decisões coletivamente e uma cidadania plena situa-se além do horizonte de uma sociedade capitalista.
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