5 de maio de 2009

Onde estão os leitores?


A possível causa da falta de leitura dos Jornais Diários

De acordo com uma pesquisa realizada em 2007 pelo Instituto Paulo Montenegro, associado ao IBOPE e em parceria com a ONG Ação Educativa, a situação educacional do Brasil melhorou. No entanto, ainda está longe de ser considerada ideal.

A pesquisa mostra que 7% da população brasileira é analfabeta, enquanto 32% são analfabetos funcionais. Mas, o que é o analfabetismo funcional? O analfabeto funcional é a pessoa que consegue decodificar palavras, frases, textos curtos e números, porém não consegue interpretá-los ou realizar operações matemáticas mais complexas.

Daí surge uma pergunta importante: será que esses dados explicam o fato de a população brasileira não ler jornal frequentemente?

A partir de agora viajaremos um pouco no passado e veremos quais eram os assuntos abordados pelos jornais e quais eram as classes que o liam, além de fazer uma relação com presente.

Do Jornalismo de serviço ao Jornalismo de Idéias

Vimos na postagem anterior um pouco sobre o jornalismo de serviço e alguns assuntos abordados pelo mesmo. A sua função principal era prestar serviço às pessoas, por meio de notícias e assuntos que as interessassem, como informações sobre o cotidiano, previsão do tempo e indicadores. Havia também as folhas volantes, que publicavam notícias econômicas e comerciais, também casos extraordinários como, por exemplo, histórias sobrenaturais. Porém todas as informações eram restringidas à elite, ou seja, nobres, e logo depois à burguesia, porque as classes mais pobres não tinham acesso à escola e à educação.

Depois veio outra fase do Jornalismo. O Jornalismo de Idéias.

O auge do Jornalismo de Idéias se dá em meio a Revolução Francesa, cujos ideais eram a liberdade, fraternidade e igualdade. Entre as razões para o surgimento do Jornalismo de idéias estão a difusão da alfabetização, expansão dos serviços de correio e revolução burguesa.

Participaram dessa revolução banqueiros, grandes comerciantes (alta burguesia), artesãos, agricultores e intelectuais. E nos jornais se destacam principalmente os argumentos de revolucionários contra a monarquia. Enfim, todos os grupos daquela época (entre eles os jacobinos e os girondinos) lutavam pelo mesmo ideal: a queda da monarquia, do feudalismo e o crescimento do capitalismo industrial.

Já no Brasil, a imprensa tem início com a chegada da família real. No começo, os jornais tinham como função apoiar o rei e eram importantes fontes de educação para o povo, pois tratavam assuntos complexos de maneira simples, atingindo as classes menos favorecidas. No período que antecedeu a independência, os jornais mostravam debates políticos, além de preparar o povo para o regime liberal. Na metade do século XIX, os jornais passam a publicar contos literários de famosos escritores como José de Alencar e Machado de Assis, e também abordar assuntos de interesse feminino, alcançando um público até então desconhecido. No final do mesmo século, ideais republicanos começam a dominar as redações e o movimento abolicionista ganha força. Nessa época, o jornal fazia parte da sociedade brasileira, sendo a mais importante fonte de informação.

Hoje em dia, os jornais estão tomados por uma variedade de assuntos. E não tem como principal finalidade mobilizar a população para um determinado interesse político, seu objetivo é apenas informar e trazer de certa forma um entretenimento à população. No entanto, ainda assim o povo não o lê. Isso nos remete a primeira pergunta: será que o índice de analfabetismo e analfabetismo funcional são os principais causadores desse desinteresse pela leitura? Ou há algum outro motivo desconhecido? Será que falta algo nos jornais que chamem a atenção do público?

Comparado a França, o Brasil está muito atrasado. Segundo uma pesquisa, 1,4 milhão de jovens entre 15 e 24 anos já leem um jornal diário. Então, cabe a cada um de nós, futuros jornalistas, ao governo e a própria população reverter esse quadro humilhante.

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Jornal Impresso x Internet

O surgimento do jornal impresso não foi um acontecimento ao qual todo mundo teve acesso ao mesmo tempo. Levou séculos para que os jornais pudessem ser reconhecidos em todos os países.

A comunicação sempre fez parte da vida do ser humano. Todos em um conjunto vivem “presos” ao meio da comunicação, cujo papel é essencial dentro de uma sociedade, independente da classe social.

Depois de muitos anos trabalhando em busca da tecnologia ideal, eis que surge o Rádio, a TV e a recentemente a Internet. Meios de comunicação que mudaram e ainda mudam o desenvolvimento da mente dos seres humanos.

A capacidade de interpretar os fatos, de aprofundar as noticias procurando não só a causa mais sim os causadores conquistaram a fidelidade dos leitores. Sendo assim, um dos mais importantes meios formadores de opinião. Mas a influência da internet sobre o jornal impresso é indiscutível.

As vantagens são muitas, entre elas a rapidez, o relatar dos fatos e a facilidade de acesso. Com essas características o jornalismo teve que se adaptar com a nova realidade.

O jornal impresso irá acabar? Enquanto uns apostam no fim do impresso, outros por sua vez recorrem a fidelidade dos leitores. A comunicação impressa sobreviveu à criação do rádio e até mesmo da tv, uma batalha que muitos consideravam perdida. Por que não superar a mais nova mídia, a Internet?



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A Relação entre a Igreja e a Imprensa

A igreja e a imprensa sempre estiveram intimamente ligadas. Ainda hoje é possível identificar polêmicas envolvendo os dois lados, como o caso da menina de nove anos que foi estuprada pelo padrasto de 23 e engravidou de gêmeos. A menina abortou legalmente, segundo a lei brasileira, pois o aborto é permitido em casos de estupro ou quando há risco à vida da mãe e esses dois casos eram aplicados à mesma.

“A criança estava anêmica, certamente desnutrida, seus órgãos mal estavam formados. Era preciso agir rapidamente. Esperar demais a faria correr um risco de morte” explica o Dr Sergio Cabral, médico da menina.

O seu caso teve repercussão na imprensa e ficou ainda mais polêmico após a declaração do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que decidiu excomungar os médicos que participaram da operação e a mãe da menina.


Dom José Cardoso Sobrinho

O arcebispo deu vários depoimentos à imprensa e declarou que tem a consciência muito tranqüila. Para Dom Dedé, como é conhecido, não importa que a lei brasileira permita o aborto em tais condições, pois “a lei de Deus é superior à dos homens” e a bíblia diz “Não matarás”.

Dom Dedé ainda afirma que o aborto é pior que o estupro, porque no caso do aborto a vítima é um inocente indefeso enquanto no estupro a vítima é um adulto.

Hoje a igreja tem uma relação mais estreita com a imprensa. Muitos dos seus membros dão entrevista como o arcebispo fez, muitos além de aplicar a palavra de Deus também cantam canções religiosas e divulgam seus CDs através do rádio e da televisão principalmente. Existem até rádios e canais de televisão responsáveis por transmitir apenas mensagens e programas religiosos. Enfim os dois estão mais próximos e muita coisa mudou desde a invenção de Gutenberg, responsável pela invenção da prensa.


Igreja Nossa Senhora Aparecida

Atualmente, o poder da igreja não censura os meios de comunicação como antigamente, pois o jornalismo tem uma certa liberdade de imprensa, é possível escrever certas coisas mesmo que ela difame a imagem da igreja ou de outros órgãos.

Os meios de comunicação têm um forte poder de formar opinião pública, dependendo do que é publicado na mídia pode afetar as pessoas e com isso elas passam a formar opiniões. Portanto a igreja tem e sempre teve medo do que a imprensa publica sobre ela, afinal por ser formadora de opinião, os jornalistas podem influenciar as pessoas a não seguir o caminho que a igreja impõe.

No século XV começa o jornalismo de serviço. Mas o que é o jornalismo de serviço? O próprio nome já diz, é um tipo de jornalismo onde a função principal é a prestação de serviço às pessoas oferecendo informações sobre o cotidiano, é esse tipo de jornalismo que diz respeito a tudo que for útil ao dia-a-dia do leitor, como previsão do tempo e indicadores.


Folha Volante

O jornal começou a surgir com o mercantilismo, na época das grandes navegações. O comércio desenvolveu-se rapidamente por terra e mar e os produtos estrangeiros começaram a ser vendidos por toda a Europa. Devido a essas transações econômicas consolidou-se uma nova classe social, a burguesia, além da migração dos vassalos (pessoas que serviam os feudos) para as cidades. Essa burguesia em ascensão precisava divulgar suas mercadorias e usava as folhas volantes como meio de divulgação, porém poucos sabiam ler então acabava por informar as classes dominantes.

Na época circulavam folhas volantes pelas cidades, elas publicavam notícias econômicas e comerciais, além de casos extraordinários, publicavam o inusitado como histórias sobrenaturais. Elas eram vendidas em feiras e lugares públicos, porém essas folhas volantes têm uma diferença básica com o jornal atual, elas não tinham periodicidade.

Esse homem, agora urbano, queria desenvolver as habilidades intelectuais, dedicando-se principalmente à escrita, com a finalidade de ampliar suas atividades mercantis. A partir do século XI, a atividade mercantil se torna cada vez mais complexa.

Daí surge à necessidade de estudar e adquirir conhecimento através da educação escolar. Então, começam aparecer as universidades. E são nesses centros que desenvolviam as atividades intelectuais. A busca de livros se tornava cada vez mais constante, antes tudo era publicado em manuscritos, e mesmo com os livros e com sua divulgação, eles favoreciam apenas a elite sócio-intelectual porque todos os livros eram publicados em latim. Depois de um tempo os livros receberam uma nacionalização e passaram a ser publicados com a língua local, com isso começa a ser circulado para a massa.

Dessa crescente produção de livros a fim de satisfazer às solicitações da elite intelectual, surge a imprensa.

Os conteúdos dos livros eram religiosos, textos literários, direito e obras científicas. E a imprensa servia à igreja e publicava o que ela queria. Como já foi dito, a imprensa tem forte poder em formar opinião pública, e a igreja e o Estado estavam cientes disso e aplicaram a censura na imprensa, o Papa Alexandre VI coloca a obrigatoriedade de licença para a impressão de qualquer obra. Depois os governantes fazem o mesmo e aplicam a censura à imprensa, eles a aplicavam dando privilégios a algumas imprensas que eram fieis aos governantes e publicavam o que eles queriam, também aplicaram a censura verificando o que ia ser publicado.

A Igreja utilizava-se da imprensa para divulgar cultos, eventos paroquiais, casamentos, obtos e missa do sétimo dia.

Atualmente utiliza-se da mídia com o objetivo de levar mais fiéis para Igreja, atrair mais jovens para renovação e aumentar o recurso através de CD’s, Shows e Livros.

Para fazer publicações tipográficas há séculos ou mesmo atualmente são usadas técnicas. Hoje usamos técnicas e ciência para ter tecnologia e ela é parte essencial ao jornalismo, sem ela não seria possível ter um jornal tão elaborado como é o nosso. Não seria possível ter tantos recursos que usamos em todas as mídias. E atualmente utilizamos cada vez mais a internet que promete ser um novo meio de comunicação. As pessoas deixarão de ler o jornal impresso e passarão a utilizar um recurso mais rápido e prático que é a internet. É bem provável que no futuro o jornal impresso desapareça e a internet o substitua.

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